Se não sabe para aonde vai, continue em linha reta

32116713_10216534552820669_5755563348406042624_nJá havia se cansado de dizer adeus… mas ainda não se cansou de partir. Entende a importância das despedidas, afinal carrega consigo um pouco de tudo o que viveu. Carrega um pouco dos sorrisos, dos olhares, dos cheiros e das lágrimas de cada um com quem viveu algum momento. Continuar lendo

Licensas poéticas para a vida

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Sobre essa coisa de sentir como se a vida não andasse para lugar nenhum. O aperto no peito em acordar pelas manhãs apagando todas as cores dos sonhos ao abrir as janelas e ver o céu num cinza que não é nem mórbido nem lívido. Cinza, simples e diretamente cinza. Essa coisa de querer andar por todos os lados, de querer fazer todas as coisas. Tantas são as paixões que a alma acaba por ficar sem poesia. Continuar lendo

Sombras da vida

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Falta pouco tempo, e a única coisa que passa pela cabeça são todas as palavras que não disse, os sorrisos que não deu, os abraços que ficaram perdidos em algum lugar impossível de achar. Falta pouco tempo… 

Coisa estranha essa de se dar conta do fim e perceber que muito mais poderia ter sido feito, mas o tempo acabou. E assim mesmo em um último suspiro cai de joelhos diante do destino inevitável; nem lágrimas são capazes de lavar toda a culpa de ter desviado o caminho. A dor não pode ser mudada, mas aceitá-la como parte da vida torna o atravessamento mais leve.  Continuar lendo

Quando a vida pede distância 

Não dá para segurar a água, então desvia-de os rios. Deixa que os sentimentos continuem correndo por outros caminhos, infiltrando, inundando, lavando a Alma que tiver que lavar. Não regará mais as mesmas flores, tão pouco vera amadurecer os mesmos frutos. Mas há momentos em que a vida pede distância e o rio é obrigado a mudar seu curso para encontrar o mar em outro lugar. 

A terra secará.

O verde vai se acinzentar.

Nem o cheiro poderá ser o mesmo.

Então a contemplação abraçará a saudade.

Não dá para segurar a água, como não dá para apagar o fogo. O corpo se amorna em brasas enquanto a alma…  ah, a alma e suas labaredas do fogo mais ardente que (não) pode existir. 

Nao se segura a água

Não se apaga o fogo

Não se aprisiona o vento.

Porque a vida pede distância e sempre vai para aonde o vento levar. Confia que é o melhor Lugar para ir… longe, bem longe, o mais longe que conseguir.  Então segue com o vento por entre as tempestades, por entre noites e dias, sempre em frente, porque a vida pede distância. 

E de todos os egoísmos escolheu sempre partir por não ter forças para os laços, os abraços. De todos os egoísmos escolheu sempre partir porque não quer segurar a água, não quer apagar o fogo, não quer aprisionar o vento. 

Assim vai embora deixando para trás rastros de memórias para que aqueles com quem um dia cruzou possam se lembrar de quem foi. A vida pede distância, e mesmo distance, pessoas vivem dentro de nós! 

Irmão de alma

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Dizem que amigos são a família que a vida nos permitiu escolher… mas as vezes não se escolhe quem vai aparecer, apenas pode-se escolher (ou não) quem vai permanecer. Há pessoas que nunca deveriam ter partido, há aquelas que nunca deveriam ter ficado mas encontrar uma maneira de permanecer e na sua permanência fazem a diferença. Amigos mesmo são aqueles permanentes em toda a sua temporalidade porque nem sempre é possível estar por perto, porque nem sempre os assuntos coincidem, porque nem sempre há o que compartilhar; mas sempre haverá o sentimento mútuo de querer reencontrar e construir memórias para compartilhar. Assim foram esses últimos quase nove anos… Continuar lendo

O Sol, a Torre e a Estrela / The Sun, the Tour and the Star

mapa-1São tantas as imagens ao redor que é impossível ter uma ideia  clara de alguma coisa. Lembranças outras de histórias vividas por uma outra pessoa. Em cada canto é possível ver escolhas conjuntas, escolhas com promessas de durarem uma vida que se propunha inteira. Cada detalhe é o relato de algum momento. Vê-se tudo aos pares, então começa a entender as próprias escolhas feitas ao longo de tantos anos. Continuar lendo

Acasos

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Ela queria ver alguém, encontrar para poder olhar nos olhos e dizer o quanto havia se tornado importante, o quanto de alguma forma era responsável por toda aquela felicidade que sentia. Não pelos  sorrisos, tão pouco pelos sonhos nos quais insiste em aparecer todas as noites. Ela só queria poder olhar nos olhos para dizer: Você me fez sentir viva de novo! Continuar lendo

CUIDADO!!! / WATCH OUT!!!

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Ela olhava pela janela e apesar de ser dia, não era capaz de ver a luz. Tudo se tornou escuro – obscuro – demais. As flores já não tinham mais cheiro e já não sentia mais as águas do riacho escorrendo por entre os dedos do pé. Água límpida, cristalina, com pedras cinzas no fundo. Colecionava pedras… dizem que as flores se vão mas as pedras ficam! E o bruto se torna belo por resistir ao tempo e guardar em si as memórias de tudo o que atravessa a sua alma naquele momento em que enfiou a mão na água e escolheu uma, ou duas, pedras para a sua coleção.

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Isso chama sentimento / That is feeling

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Não é questão de uma hora querer e outra deixar de desejar, o querer não se faz ausente mesmo quando a presença não é possível. Só que entre um e outro existe um cuidado, ou ao menos deveria existir. E esse cuidado deveria ser maior e mais forte do que qualquer desejar, independente de quão sedutora – sedutoramente manipuladora – a loucura possa ser. Esse tipo de desejo é forte, mas dura pouco. Não é o tipo de desejo que quando satisfeito sacia também a alma. Essa é difícil de preencher… não é com calma, tão pouco com tumulto… O que a alma precisa é daquilo que a permita se renovar, se reinventar: pessoas, cores, cheiros, sabores que levem o corpo para muito além de onde a alma está. Continuar lendo